quinta-feira, 28 de maio de 2009

Parabéns ao vencedor

Chegou ao fim a Liga dos Campeões 2008/2009, parabéns ao vencedor. blessedcarrot foi uma surpresa do início ao fim, porque ganhou mas também porque, desde muito cedo, esteve na frente, quase sempre com grande vantagem, um pouco a contrastar com os lugares que conhecia de edições anteriores, os últimos. Mas desta feita tenho que lhe tirar o chapéu, jogou com objectividade, com focalização no objectivo último, na vitória final e a aposta para os oitavos-de-final prova isso mesmo. Este lagarto doente foi o único jogador a apostar numa vitória do Bayern Munique em Lisboa e repetiu a aposta para a Baviera. Nada como compreender a lógica do jogo para dele tirar o máximo partido.
Mas nem só de blessedcarrot foi feita esta edição, o segundo lugar do principiante ZezeSLB também merece destaque, nomeadamente, pelo nickname que escolheu, belo, mas também pelo fosso que muito cedo cavou para a concorrência – após os oitavos-de-final já parecia impossível apanhá-lo. O mesmo se pode dizer de Tuba que foi o mais regular de todos os jogadores. Começou em primeiro e manteve-se sempre nos lugares cimeiros até à final à qual chegou com o terceiro lugar praticamente garantido.

Todos estes elogios deixam qualquer um agoniado, eu sei! Vamos então falar do Verde. O mais experiente de todos os jogadores provou, precisamente, que a experiência é um posto... o último posto. Talvez o único jogador que rivalizaria com Tuba no prémio da regularidade, a haver um. Acabar com mais do dobro dos pontos negativos do penúltimo é obra, perder 121 pontos em 125 jogos para o primeiro classificado também é digno de registo mas ter uma pontuação final de 80 pontos negativos é algo que nunca vi e já entro em jogos destes há uns anos valentes!
Bem se podem juntar ao Verde o Zabel, o El campeon, o CapriKorn, o Mil Migas Milhas e o marquinho. Os últimos lugares foram quase sempre propriedade destes jogadores e a única coisa que os pode ter empolgado foi a luta entre si. São uma espécie de Trofense, Belenenses, Vitória de Setúbal e Rio Ave mas sem a descida de divisão. Trofense e Verde são palavras que se confundem.

Entre Lamuriotti, zaracotrim, lamego, Taye Taiwo, Nuno Capello e BigMover houve sempre uma esperança de acesso aos lugares verdes. zaracotrim teve sempre vantagem e chegou a andar pelo segundo lugar mas quando a fonte secou (deixou de ser o papá a apostar) a brincadeira acabou ainda que, tenho que admiti-lo, de forma dramática. Perder o quarto lugar no último dos 125 jogos não deverá ter sido fácil de digerir. O mesmo se pode dizer de Nuno Capello que vai ficar mudo durante mais um ano. Acabaram-se os sms’s, os comentários no blog, enfim, toda aquela panóplia de atitudes expressivas de felicidade e alegria que lhe são características quando ganha. Agora teremos que viver com a indiferença, a desvalorização dos resultados e do próprio jogo. Amigos na mesma e sempre.
BigMover e lamego tiveram uma prestação idêntica. Sempre na esperança de chegar aos lugares verdes, sempre muito perto disso, sempre quase, quase, quase. Não restam dúvidas que são lagartos de gema e a metáfora fala por si.
Resta falar de um dos maiores vencedores da edição deste ano, Lamuriotti. É um verdadeiro case study da teoria das apostas em jogos da Liga dos Campeões, se é que tal teoria existe. 2-1 e 1-2 foram as únicas apostas deste jogador nos 96 jogos da fase de grupos que lhe deram o quinto lugar a um ponto dos verdes. Mudou a estratégia daí em diante mas manteve-se na luta, passou pelo sexto lugar para dar o golpe final no último jogo e chegar ao último dos lugares verdes deixando para trás zaracotrim e lamego que estavam na ilusão duma luta a dois.

Da minha parte não posso deixar de estar agradado com a edição deste ano. Não são todas as vezes que consigo que todos cheguem ao fim sem que ninguém seja desclassificado. Quanto à minha prestação, deveria ter percebido logo que aquele estrondoso primeiro lugar à terceira jornada seria de pouca dura mas não deixou de causar uma sensação de bem-estar algo atípica! Vou continuar a tentar superar esse segundo lugar do Europeu de 2004. Acabar a três insignificantes pontinhos do quarto classificado deixa-me ligeiramente frustrado mas posso sempre dizer que a sorte não esteve do meu lado, esse argumento dos derrotados já bem conhecido.

Para o próximo ano haverá mais com certeza, até lá.